Pela projeção dos técnicos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e da Prefeitura, vão passar pelo viaduto estaiado do Tatuapé cerca de 30 mil veículos por dia. Parte deles vem da Radial Leste, que tem fluxo de 120 mil carros/dia e é uma das vias mais congestionadas da capital paulista. Como parte do projeto, o Viaduto Pires do Rio será alargado em 9 metros e terá cinco faixas – atualmente são três.
A estrutura que sairá da Rua Padre Adelino será estaiada, igual à da Ponte Octavio Frias de Oliveira, na Marginal do Pinheiros, mas menor. A ponte da zona sul tem 138 metros de altura, enquanto o viaduto da zona leste terá 65 metros. O viaduto da zona leste terá 20 metros de largura, três faixas de trânsito e uma para pedestres. São 44 estais (cabos de aço) na zona leste e 144 na ponte do Rio Pinheiros.
O segundo viaduto, que ligará as Ruas Catiguá e Engenheiro Balem, terá 18 metros de largura e três faixas para carros, facilitando os deslocamentos entre os bairros do Tatuapé e do Belém. Antes do começo das obras, em 2007, o projeto ficou em estudo na Prefeitura por 15 anos.
Segundo o governo, o custo alto da obra se deve principalmente às desapropriações, que consumiram R$ 77 milhões. Além de 46 casas, foram desapropriados sete galpões, em 22 mil metros quadrados de área. Outra melhoria no trânsito trazida pelo viaduto deve ser, segundo o governo, a eliminação de semáforos na Avenida Salim Farah Maluf.
Revitalização. A administração diz que o novo complexo viário vai revitalizar áreas degradadas no entorno da Avenida Salim Farah Maluf, mudar o visual da região e facilitar o acesso entre os bairros Tatuapé e Mooca, hoje separados pelos trilhos das linhas do Metrô e da CPTM. O governo concluiu a desapropriação de 46 imóveis vizinhos à ponte em junho.
Desde fevereiro de 2007, o total empenhado para o projeto chega a R$ 106,3 milhões. É uma das mais caras propostas entre as 223 listadas no Plano Municipal de Metas 2009-2012, com valor superior a qualquer projeto de combate às inundações. Comparada à Ponte Octavio Frias de Oliveira, no Brooklin, a da zona leste é três vezes menor e duas vezes mais barata – a estrutura da zona sul custou R$ 260 milhões, ante os R$ 130 milhões do projeto do Tatuapé.
Verba adicional. Sobre a transferência de R$ 26 milhões do Fundo Municipal de Saneamento Ambiental, a Prefeitura diz que o fundo ainda não foi constituído e que o remanejamento é legal e previsto em contrato.
Fonte: O Estado de S. Paulo