O policial civil Orlando Gonçalves da Silva, de 47 anos, atirou contra dois agentes de trânsito neste domingo após bater o carro em uma mureta do Viaduto Antônio de Barros, no Tatuapé. Visivelmente alcoolizado, ele acabou detido e levado para a Corregedoria da Polícia Civil. Ele garantiu, porém, que atirou porque foi agredido.
Os fiscais da CET André Frederico, de 35 anos, e Edson Oliveira da Costa, de 44 anos, chegaram ao viaduto, que dá acesso à Avenida Celso Garcia, logo depois da meia-noite. Haviam sido informados que um carro batera no meio de uma curva, o que poderia gerar risco para outros motoristas.
Orlando, que é fotógrafo técnico policial, estava parado ao lado do carro batido quando os agentes da CET estacionaram a caminhonete. Aproximando-se dos fiscais, o policial teria pedido para eles “arredondarem” a ocorrência, ou seja, não levarem para frente.
“Sou polícia”, disse Orlando, segundo os eles. “O atendimento é o mesmo para qualquer cidadão”, respondeu Edson. O policial sacou, então, uma pistola 380, que pertence à corporação, e uma ponto 40.
– Ele atirou na minha direção, para me matar – contou Edson.
– Ele apontava as duas armas e xingava a gente o tempo todo – lembrou André, que, após ouvir o segundo tiro, conseguiu fugir em direção à Celso Garcia.
Edson ficou preso entre o muro de proteção e a caminhonete. Com as coronhas das armas, Orlando acertou o braço direito e o peito do marronzinho, que ainda foi chutado na perna esquerda. “Baixa essa arma. Olha essa Radial quanta gente tem. E se você acerta alguém lá embaixo”, dizia Edson.
Por fim, o agente de trânsito aproveitou um descuido do policial para correr na direção oposta à que seu colega havia tomado. No caminho, encontrou PMs, que dominaram Orlando e lhe tomaram as pistolas. O policial foi preso e autuado por agressão e tentativa de homicídio.